TIC- TAC




Homem de semblante caído;
Mulher de vestes rasgada.
Surrupiados pelo tempo;
Onde está o vosso vigor?
Poderiam vós me dar esta resposta?
O homem se autoflagelou;
Tamanha dor aflige o seu coração.
Mulher virtuosa;
De princesa a escrava de suas
Próprias desilusões;
Cálice quebrado, coroa roubada;
Aliança quebrada pelo tempo;
E voz tomada pela escassez de amor.
Onde está o vosso amor próprio?
Deixado no seio de vossa mocidade.
Onde está Deus?  Queremos Deus!
Tragam-nos Deus, vos perdoe Deus!
Curvados, quebrados, dilacerados estão.
Sem ninguém que vos possa alcançar;
Lamuriados vivem em um tempo escasso.
Restituição e sete palmos de terra;
É sua única promoção de vida.
Ser enquanto vivente em
Um mundo intransigente;
Sem quem vos possa alimentar.
Farelos na ponta da mesa;
Mana caído em peito sofrido;
Abaixo da cova no chão.
Nem ouro nem posses;
Podem tirar a lepra de seus corpos;
Largados pela vida, surrados pelo tempo;
De início ao fim; se escorre o seu tempo.




Autor: Marcos Namikaze


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