Na madrugada fria; fui convidado;
Pelo ser resplandecente;
Para ver como era a minha vida;
No tempo da abundância; tempo da graça;
Tempo das bodas...
Onde o sol era esbelto; e a lua;
Não era o espelho da morte.
Mostrou-me o tempo em que 
As pastagens eram verdejantes;
E as flores soltavam seu mais suave 
E magnífico perfume; 
Por toda região do jardim.
Levou-me a diante e pude ver que;
Os riachos eram ricos; de toda abundancia
De peixes e plantas...
Logo a tristeza tomou conta de meus olhos;
E as lágrimas desciam sem parar;
E a vontade de voltar para a casa do pai;
Apoderou-se de todo o meu coração.
Mais uma vez me encontrava no vale;
O famoso vale de jaboque...
Onde podia ver todas as minhas fraquezas;
Todos os erros; praticas oculta; 
Tudo além das faces; além de tudo;
As lembranças encontravam-se diante de
Meus pequenos olhos;
 A vontade de voltar era imensurável;
 E inquietante; mas os erros; ah os erros;
Eles me consumiam como o ácido 
Que desmancha tudo que toca.
Os espinhos cravam-se profundamente; 
No meu peito; no meu coração;
As correntes eram revividas por causa de 
Um passado não resolvido.
O convite de retorno a casa estava à frente;
Mas como voltar para casa?
De que forma posso apagar as cicatrizes?
As correntes prendiam, machucavam-me;
Cercas com pontas afiadas marcavam o 
Meu coração; cujo machucado já estava.
De repente a única alternativa era fugir;
Mas para onde iria?
Retornar para casa não posso.
Refugiar-me-ia nos vales, nas montanhas;
Nas cavernas?
O pai esperava-me outra vez.
Seus braços estavam estendidos;
O sorriso era radiante em sua face;
Mesmo distante poderia ver aquele sorriso;
Sentir o perfume suave de suas vestes;
Sentir o abraço caloroso do pai.
É tempo de voltar!O caminho é árduo;
A carne não presta; mas o espírito é forte;
E a minha vitória é certa.




Autor: Marcos Namikaze